Educação realiza 2° encontro de Educadores com palestrantes e oficinas de capacitação

O 2º Encontro de Educadores para marcar a volta para o segundo semestre do ano letivo
Foto: Crédito: Eliandro Figueira SCS/PMI

A Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria de Educação, realizou na quarta e quinta-feira (20 e 21) o 2º Encontro de Educadores para marcar a volta para o segundo semestre do ano letivo. Organizado pela Educa Brasil o evento visou promover dois dias de formação aos profissionais da Rede Municipal de Ensino. Com o tema “Diversidade: dialogando com as diferenças”, a Secretaria levou diversas abordagens em educação para 1.300 profissionais da Rede Municipal de Ensino. Foram três palestras e 65 oficinas, totalizando 68 atividades de formação, com 16 horas de trabalho simultâneo, em três espaços da cidade, preparados para receber os atores principais da Rede, seus educadores, responsáveis por uma qualidade expressiva de educação, de acordo com o IDEB 6,3 alcançado em 2013.

O 2º Encontro de Educadores foi concebido em meio a dois movimentos na Rede Municipal: a revisão curricular e o curso sobre a Educação Especial, em EAD. Estes movimentos dialogam entre si e com os docentes, no sentido de promover uma reflexão pautada no respeito as pessoas, as culturas, as histórias e as diversas potencialidades presentes em uma rede tão grande como a de Indaiatuba.

O Encontro alinhava todas estas ideias, trazendo a contribuição de profissionais externos, com um olhar a mais, aberto ao diálogo e com respeito a nossa diversidade.

Na abertura do evento esteve presente a secretária de Educação, Rita de Cássia Trasferetti que salientou a importância da capacitação para desenvolver um trabalho educacional de qualidade. “É uma alegria retornar para o segundo semestre refletindo a diversidade que sempre está no nosso dia a dia e temos que saber lidar com ela. O trabalho diário nos desafia e quero a todos que se dedicam a ele com carinho.

Estamos aqui porque temos uma missão fundamental que é a criança; são os alunos que nos desafiam a todos os momentos e não podemos esquecer nunca disso, o nosso foco é o aluno. Acredito muito no trabalho da Secretaria e de toda equipe, por isso quero agradecer os professores que se dispuseram participar das oficinas e agradecer quem terminou o curso EAD. O elogio tem q servir como incentivo para sempre melhorar”, disse Rita.

No primeiro dia do evento às 8h30 e às 14 horas no Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba) os professores tiveram a oportunidade de ouvir uma breve apresentação musical com o cantor Sérgio Carotti que atualmente um dos cantores da banda KMS, estudou canto lírico com a cantora soprano Suzel Alves Cabral (in memória) e fez três anos de canto no conservatório Dramático de Tatuí. Sérgio foi acompanhado da musicista Jocimara Campiteli e do maestro Manuel Ernesto dos Santos.

Em seguida os participantes puderam ouvir a palestra “Alunos e diversidade: ser professor hoje” Leandro Karnal que é professor Doutor na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), desde 1996. Graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (RS) e Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Pesquisou no México, na França e na Espanha.

Sua formação cruza História Cultural, Antropologia e Filosofia. Além de professor é escritor e palestrante, reconhecido nacionalmente e ainda colaborador do jornal Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Zero Hora e revista História Viva, entre muitas outras.

Karnal salientou que essa foi a primeira vez a qual abordou durante toda palestra o tema diversidade dentro do ambiente escolar, em dos trechos da palestra, foi destacado. “Nem todo preconceito gera uma discriminação. Mas toda discriminação parte de um preconceito. É necessário que estudemos os nossos preconceitos a fim de que eles não se transformem em discriminação. Pois, tudo o que o inferno significa está contido na palavra “discriminação” porque dela flui: a xenofobia, homofobia e todas as outras palavras usadas para conceituar o comportamento do indivíduo que não aceita as diferenças.

Não aceita ao ponto de odiar aqueles a quem ele julga ‘diferentes’ (...) Eu acho fundamental que exista essa diversidade. E não existiria mundo e o mundo seria um lugar terrível se você não fosse presbiteriano e eu católico. Isso é tolerância ativa. Não é que eu diga assim: “Até que eu tolero um gay, desde que não chegue perto”. É fundamental que existam gays. É fundamental pessoas de diversas etnias, é fundamental que existam diversas opiniões, inclusive contrárias à minha (...)”, discorreu durante exposição de suas ideias.

Na quinta-feira, dia 21, todos os professores passaram por oficinas que iniciaram às 9h e teve encerramento às 17h na Fiec II e também na Faculdade Max Planck. Para encerrar o período de capacitação os educadores puderam conferir às 19h30, no Ciaei, a palestra “Projeto 5 continentes: uma viagem de descobertas pelos confins da Terra”, com Raphael Karan que é administrador de empresas e ex executivo da área comercial. Idealizou o Projeto 5 Continentes, percorrendo sozinho, de moto, durante 8 anos, 60 países da América, Europa, Ásia, Oceania e África. Karan é colunista da revista Moto Adventure e autor do livro “Projeto 5 Continentes – Uma viagem de descobertas pelos confins da Terra”. Já levou sua experiência para mais de 300 matérias em jornais, revistas, rádios e TVs em todo o Brasil.

No encerramento do Encontro a secretária de Educação fez uso da palavra novamente. “Quero recebê-los com muito carinho, pois ficamos felizes que todos os professores gostaram das oficinas e das palestras, é uma vitória para nós realizar neste período um evento como esse e acreditamos na formação continuada que deve fazer parte do dia a dia do professor. Esses momento são o ponto alto das capacitações, mas acreditamos na formação do dia a dia com funcionários, pais, alunos e sabemos que essa experiência nos transforma a cada dia.

Todos dentro da escola têm sua importância e ajuda de algum modo na educação dos alunos. Hoje com essa palestras vamos conhecer um pouco dos confins da terra e histórias de descobertas e conhecimentos culturais. Agradeço a presença de todos e em especial do Secretário de Obras, Leandro Dias de Sousa e amanhã voltamos ao trabalho na escola e vamos iniciar o segundo semestre com muita produtividade e rico de aprendizagem”, concluiu Rita.

Raphael Karan contou um pouco da sua história e destacou a importância do respeito pelas culturas e povos diferentes que conheceu ao redor do mundo. “Quando completei minha volta ao mundo depois de 8 anos acabei aprendendo detalhes de cultura muito diferente da nossa e vendo como outros povos vivem e suas crenças eu acabei por mudar muitos conceito meus, coisas que eu valorizava antes hoje não dou muito valor e coisas que eu não prestava atenção, hoje para mim são muito importantes.

Acho que esse recado que eu passo de valores como humildade, solidariedade eu consigo exemplificar para as pessoas mostrando as fotos e vídeos dos habitantes que conheci e até de outros viajantes com quem cruzei no caminho. Um exemplo que posso dar é que hoje se falamos do Irã pensamos em líderes radicais e que trazem risco ao mundo e o povo mais hospitaleiro que já conheci na minha vida é o povo Iraniano, eles sofreram muitas intervenções externas e a grande mídia demoniza países e pessoas em prol de grandes corporações e de interesses.

Em 11 de setembro de 2001 quando aconteceu o atentado contra as torres gêmeas eu tinha acabado de passar a fronteira do Afeganistão e estava no Paquistão e vi a população protestando contra o pedido dos Estados Unidos para usar o espaço área do país para atacar o Afeganistão, vemos que o mundo carece de respeito pelas diferenças e a ideia passada é que se você é diferente de mim eu não te aceito. Temos que prestar atenção na globalização, pois o mundo é formado de pessoas diferentes que querem coisas diferentes, como por exemplo na Índia um dos pilares do Hinduísmo é ‘a ausência do desejo é que traz felicidade’ e quando fala isso para um capitalista parece uma loucura. Por isso destaco que quando não há o respeito por outras ideias e pelo próximo acontece as guerras que acontecem hoje”, abordou Karan.

OFICINAS MINISTRADAS NA FIEC II E FACULDADE MAX PLANCK