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Dependência química e o impacto na saúde mental

Dr. Eduardo Santos conversou sobre o assunto com o especialista, Alexandro Marcos Menegócio

 Publicado em  20/02/2021 às 18h05  Indaiatuba  Saúde


Denise Katahira
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O Programa Mais Saúde do Grupo Mais Expressão apresentado pelo médico intensivista, Dr. Eduardo Santos, recebeu o gestor pedagógico do curso de enfermagem do grupo UniEduk e docente, Alexandro Marcos Menegócio, que explicou sobre a dependência química e o impacto na saúde mental.

O especialista começou a entrevista enfatizando que a dependência química é uma doença e que deve ser tratada, não somente por profissionais, mas também com a ajuda da família.

“A dependência química é um processo longo e se dá por ordem emocional e social, por isso o tratamento deve ser feito pelos profissionais através de medicamentos e ajuda psicológica, e a família deve ter uma escuta harmoniosa e um olhar acolhedor”, explica.

Segundo Menegócio, a dependência química acontece porque determinadas substâncias acionam o sistema de recompensa do cérebro que vai, com o tempo, se interessando somente pela sensação de prazer provocada pela droga.

“A depressão e a ansiedade conduzem as pessoas na busca de aliviar esse sofrimento, porém quando se entra no ciclo vicioso, o que antes causava sensação de prazer, agora leva a pessoa a sentir uma depressão profunda”, esclarece.

Fatores de risco

Determinadas características ou situações podem aumentar ou diminuir a probabilidade de surgimento e/ou agravamento de problemas com as drogas. No entanto, os fatores de risco não são necessariamente iguais a todos os indivíduos e podem variar. Entre eles: genética, transtornos psiquiátricos, falta de monitoramento dos pais, ciclo de amizade, frustação na vida profissional ou amorosa, entre outros.

“É importante que família esteja atenta aos sinais e que tenha uma conversa aberta e tranquila, sempre mostrando que está oferecendo ajuda”, disse o especialista. “Sempre ter uma postura de acompanhamento e de busca ao tratamento, pois muitas famílias não entendem que a dependência química é uma doença e deve ser tratada em um ambiente hospitalar”, enfatiza.

Reconhecer a doença

Reconhecer o problema é um grande passo dado. Mas para isso, a pessoa necessitará buscar pessoas próximas em que possa construir relações de confiança. Assim, quanto mais informações e conhecimento sobre seu problema, maior será a chance de tratamento.

“O tratamento é um processo longo que pode incluir medicamentos e internação em hospital psiquiátrico ou em uma comunidade terapêutica”, explica Menegócio.

Segundo ele, a recaída ou lapso podem ocorrer. “O paciente pode ter uma recaída, após um ano de tratamento. Mas, isso não quer dizer que ele não esteja sendo tratado da forma correta. O vício é muito difícil de ser tratado, por isso nem o paciente e nem a família devem desanimar ou desistir”, disse.

Juventude

O gestor conta que estudos apontam que a juventude atual tem maior probabilidade de se tornar um dependente químico, pois em alguns casos os jovens são criados pelos pais em uma espécie de bolha, onde a palavra “não”, não existe.

“Essa pessoa não está acostumada a escutar um não e nem se frustrar, pois os pais sempre estão atentos para que o seu filho não se decepcione, porém isso faz com que esse jovem não saiba lidar, mais tarde, com os vários ‘não’ que a vida vai lhe dar”, explica. “E é exatamente nessa frustração que muitos jovens podem recorrer às drogas para aliviar o sentimento de decepção”.

Menegócio enfatiza que é importante os pais ficarem alerta quanto aos possíveis sinais como: irritabilidade, agressividade, isolamento, ciclo de amizade, depressão, pois os sintomas podem estar relacionados ao isso de drogas.

“A orientação é que caso alguém da família tenha desenvolvido algum sintoma que uma conversa franca seja aberta entre os familiares, porém que seja de forma harmoniosa e com um olhar acolhedor”, finaliza.

O Programa Mais Saúde com Dr. Eduardo Santos é veiculado todas às quartas-feiras, às 20h, ao vivo, através da página do Jornal Mais Expressão, no facebook.

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