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Congresso internacional discute avanços em cirurgias de crânio e face

Indaiatuba sedia evento que terá como foco tratamentos de fissuras lábio palatinas – ou lábio leporino

 Publicado em  16/09/2014 às 08h00  Indaiatuba  Saúde


O Brasil está no chamado G11, grupo de 11 países com maior representatividade no tratamento de pacientes portadores de fissura lábio palatina e anomalias craniofaciais. “Estamos sempre à frente quando se fala da busca de novas técnicas para a cirurgia e o tratamento dos pacientes”, afirma o cirurgião plástico Cassio Eduardo Raposo do Amaral, que preside o 6º Congresso Brasileiro de Fissuras Lábio Palatinas e Anomalias Craniofaciais, da Sociedade Brasileira de Fissuras Lábio Palatinas.

O evento, organizado pelo Hospital Sobrapar Crânio e Face, sob o patrocínio da ONG Smile Train, reunirá em Indaiatuba/SP, entre os dias 19 e 20 de setembro (6ª feira e sábado), centenas de especialistas em cirurgia plástica, neurologia, fonoaudiologia, ortodontia, bucomaxilo, otorrinolaringologia, psicologia e áreas afins para discutir os avanços na área de cirurgia crânio facial.

Raposo do Amaral explica que, o que antes era ficção científica, hoje faz parte da rotina nos centros de referência em crânio e face. No Brasil, o Hospital Sobrapar Crânio e Face, instituição filantrópica localizada em Campinas/SP, do qual o cirurgião é vice-presidente, realiza mais de 1,1 mil cirurgias e mais de 20 mil atendimentos por ano. É o centro de referência de maior representatividade internacional na área e, possivelmente, a instituição brasileira com maior número de pacientes com grandes deformidades de crânio e face congênitas ou adquiridas.

Audácia e perícia, aliadas ao profundo conhecimento da anatomia e à experiência cirúrgica, garantiram a evolução da cirurgia nos últimos 30 anos em pacientes portadores de complexas deformidades craniofaciais congênitas ou adquiridas. Das cirurgias reparadoras de fissura lábio palatina (ou lábio leporino) aos transplantes de face, passando pela reconstrução total de orelha, nariz e redefinição dos contornos de crânio, os médicos têm conseguido resultados impressionantes nessa área.

“É possível isolar células tronco com potencial de formar osso através de pequenos fragmentos do músculo do lábio de pacientes portadores de fissura lábio palatina, normalmente descartados durante a cirurgia de fechamento do lábio, ocorrida aos três meses de idade. Além disso, construir modelos tridimensionais de crânios que permitem ao cirurgião plástico planejar melhor a cirurgia, reduzindo, em média, o tempo de cirurgia e os riscos e aumentando a precisão. E também reconstruir orelhas a partir da cartilagem da costela e fazer a descompressão do cérebro com o avanço da face em pacientes com síndromes”, explica o cirurgião plástico.

 

Assimetria craniana

O Congresso trará em sua programação a discussão de temas como a assimetria craniana – ou plagiocefalia posicional – cuja alta incidência vem preocupando os especialistas. A cada grupo de 60 bebês saudáveis, pelo menos um apresenta deformidade craniana causada pelo hábito de dormir somente em uma posição. “Isso tornou-se uma verdadeira epidemia: as mães buscam, cada vez mais, orientações sobre o formato do crânio de seus bebês, após observarem um achatamento na parte traseira inferior do crânio”, diz o neurocirurgião pediátrico Enrico Ghizoni, do Hospital Sobrapar Crânio e Face. Em princípio, o crânio assimétrico gera complicações estéticas, como desalinhamento das orelhas, mas não traz danos aos bebês. “Não há correlação entre deformar o crânio e haver uma piora da parte cognitiva. Mas o contrário acontece: crianças que não tem uma parte cognitiva tão boa podem apresentar ainda mais dificuldades se ocorrer essa assimetria”, diz o neurocirurgião.

A plagiocefalia pode estar relacionada ao momento do nascimento, onde o canal do parto comprime o crânio. Já a associação da “síndrome da morte súbita” dos bebês com o fato de dormirem de barriga para baixo levou médicos a orientarem os pais a deixar seus filhos dormindo de barriga para cima. “A consequência é que as crianças se habituam a isso, gerando a assimetria posicional”, esclarece.

Uma mudança de hábito é suficiente para reverter esse quadro. É importante que os pais sejam orientados a mudar  sua posição no berço e em outras atividades durante o dia nos três primeiros meses de vida. “Os pediatras devem ficar atentos aos crânios com assimetria, encaminhando a família a um neurocirurgião ou um cirurgião craniofacial para o diagnóstico diferencial entre uma simples assimetria posicional e uma cranioestenose verdadeira”, complementa Ghizoni. A cranioestenose é causada pelo fechamento precoce das suturas cranianas e leva à alteração na forma do crânio.

O uso do capacete por bebês, ainda muito discutido na literatura médica, pode ser evitado quando as intervenções nos hábitos de posição são assumidas precocemente pelos pais. O uso do capacete pode ser indicado em bebês com deformidades moderadas a graves ou após falha das mudanças posturais.

Ghizoni fará a palestra “Tratamento das Plagiocefalias” durante o congresso. “Será um momento em que a atenção dos especialistas em fissuras e anomalias craniofaciais estará voltada para o Brasil”, finaliza.

 

Serviço:

6º Congresso Brasileiro de Fissuras Lábio Palatinas e Anomalias Craniofaciais http://www.sobrapar.org.br/VIcongresso/

Data: 19 e 20 de Setembro – 7h30 às 18h

Local: Vitória Hotel Convention Indaiatuba - Avenida Presidente Vargas, 3041, Vila Vitoria II,  Indaiatuba/SP

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