Publicado em 01/09/2014 às 09h00 Campinas Saúde
A desta segunda-feira, 1º de setembro, os 64 centros de saúde de Campinas irão disponibilizar a vacina contra hepatite A. O público-alvo é formado por crianças com idade de 12 meses, podendo ser administrada até os 23 meses de idade. Serão vacinadas todas as crianças nascidas a partir de 1º de julho de 2012. A meta é vacinar 95% dos 15 mil moradores de Campinas nesta faixa etária.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos ocorrem cerca de 1,4 milhão de casos de hepatite A em todo o mundo, sendo que são identificados casos esporádicos e epidemias. A hepatite A apresenta alta prevalência nos países com condições sanitárias e socioeconômicas precárias.
Para o Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que ocorram 130 casos novos ao ano a cada 100 mil habitantes e mais de 90% da população maior de 20 anos tenha tido exposição ao vírus. O país é considerado área de risco para a doença. Em Campinas, a última notificação de surto aconteceu em 2008.
A coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria de Saúde de Campinas, Maria Alice Satto, afirma que a doença costuma aparecer de forma grave na idade adulta. “Por isso, é importante que as crianças sejam imunizadas”, explica.
Entre as crianças menores de 5 anos, 80 a 95% das infecções causadas por vírus da hepatite A permanecem assintomáticos. Nos adultos, 70 a 95% das infecções resultam em doença clínica.
Hepatite A
A hepatite A é uma doença habitualmente benigna na infância e de incidência frequente e precoce nas populações de baixa renda, que vivem em más condições de saneamento básico. Estudos comprovam que em regiões que apresentam melhores condições de saneamento, a incidência é maior em adolescentes, adultos e idosos, que frequentemente apresentam infecção sintomática e eventualmente grave.
A principal via de contágio é a fecal-oral, por contato entre as pessoas ou por meio de água e alimentos contaminados. A estabilidade do vírus no meio ambiente e a grande quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados contribuem para que a transmissão aconteça. A disseminação está relacionada com a infraestrutura de saneamento básico e às condições de higiene.
Não há nenhum tratamento específico para a hepatite A. A recuperação pode demorar semanas ou meses.
De acordo com Maria Alice, o esquema vacinal é de uma dose. “As reações adversas que geralmente aparecem são dor, vermelhidão e inchaço”, explica.
A vacina pode ser administrada simultaneamente com qualquer vacina do calendário básico. Não deve ser aplicada em pessoas que apresentaram reação anafilática a qualquer componente da vacina.
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