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Campanha em São Paulo alerta sobre trabalho infantil na cadeia têxtil

As escolas foram escolhidas porque se situam em bairros onde há grande número de oficinas de costura

 Publicado em  25/10/2018 às 15h02  São Paulo Capital  Cidades


Agência Brasil

A plataforma Rede Peteca, Chega de Trabalho Infantil, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e o Ministério Público do Trabalho, distribuiu hoje (25), em oito escolas dos bairros Pari, Brás, Bom Retiro, Vila Maria e Vila Guilherme, em São Paulo, folhetos alertando e orientando os alunos e seus pais contra o trabalho infantil na cadeia têxtil.

As escolas foram escolhidas porque se situam em bairros onde há grande número de oficinas de costura. A campanha foi lançada na mesma ocasião em que é realizada a São Paulo Fashion Week (SPFW), conhecida internacionalmente por ser a maior mostra de moda no Brasil e uma das mais importantes da América Latina.

A intenção da campanha não é apenas explicar o que é e quais são as consequências do trabalho infantil, mas também orientar as famílias sobre os órgãos públicos que podem auxiliá-las. O material distribuído traz os endereços e telefones dos Cras (Centros de Referência de Assistência Social) e Creas (Centros de Referência Especializado de Assistência Social) dos cinco bairros alvo da campanha.

De acordo com a coordenadora da ação na Rede Peteca, uma plataforma que visa a promoção dos direitos da criança e do adolescente e a erradicação do trabalho infantil no país, Bruna Ribeiro, a ideia é mostrar aos pais que eles são vítimas da situação e precisam proteger os filhos, trocando o trabalho infantil pela escola.  

“Fazer com que as próprias crianças levem a informação para suas casas é uma maneira de envolver as famílias no combate ao trabalho infantil de sua comunidade”, explicou.

Preocupação

O trabalho infantil na indústria da moda é um dos que chama mais atenção e causa preocupação por conta da subnotificação. Segundo Bruna, é difícil para a fiscalização ter acesso às oficinas onde muitas vezes as crianças e adolescentes ficam porque os pais também estão em condições análogas à escravidão.  

“Muitas vezes a família que está nessa situação de vulnerabilidade é vítima também e desconhece quais são os seus direitos e serviços que poderiam ser usados. Às vezes, os pais estão trabalhando e as crianças estão ali no pé da máquina”, acentuou.

Bruna ressaltou ainda que as consequências do trabalho infantil são diversas, passando pelas físicas, chegando às psicológicas e no próprio desenvolvimento sem viver a infância plenamente, queda do rendimento escolar, além do risco de acidentes.  “Muitas famílias também moram no mesmo local de trabalho, mas não têm consciência de que aquilo é uma condição análoga à escravidão", disse.

A campanha visa ainda despertar a comunidade para a necessidade de denunciar situações que remetam à possibilidade de trabalho escravo ou infantil.

"Se você percebe uma movimentação estranha na casa do lado, percebe que tem uma oficina, que as crianças ficam lá dentro o tempo todo, você pode buscar a rede de proteção e comunicar o que está observando", finalizou.

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